A sensibilização juvenil na pandemia

Desde cedo que o voluntariado faz parte da minha vida. Considero que contribuiu imenso para o meu desenvolvimento pessoal e, acima de tudo, para a forma empática como tento sempre percepcionar o mundo e quem nele habita.

Para mim, o voluntariado é uma forma de servir, sendo útil para alguém e disponibilizando o nosso tempo e energia para algo para as necessidades dos/as outros/as. Tinha 10 anos no primeiro contacto mais “formal” que tive com a atividade de ajudar o outro, quando a minha mãe me levou para uma ação de voluntariado com a população em situação de sem abrigo, na sua reinserção social e dignidade. A partir daí, integrei também outras oportunidades para servir, e esta paixão foi crescendo em mim.

Durante a pandemia senti uma enorme vontade de cooperar em algo, mas não sabia exatamente onde poderia realmente ajudar, onde é que a minha personalidade e competências seriam realmente vantajosas. Depois de alguma pesquisa, encontrei a campanha “Dá um tempo” e valorizei muito o seu objetivo: sensibilizar (diretamente) os/as jovens para a contínua e necessária prevenção contra a COVID-19. A campanha estava associada ao programa de voluntariado jovem “Agora Nós”, desenvolvido pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), e realizou-se nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas, Amadora e Sintra.

Num momento anterior à atividade, a equipa teve uma formação com as técnicas do IPDJ, e nos dias escolhidos passámos “para o terreno”. As ações passavam pela distribuição de equipamentos de proteção individual (principalmente máscaras e álcool-gel) para toda a gente que desejasse, e ainda pela sensibilização através de conversas com os grupos de jovens que estavam em esplanadas, cafés e na rua.

Algo que me causou um certo espanto foi a reação de alguns jovens, que estavam tranquilamente com grandes convívios, e pareciam alheios às (então) recentes notícias sobre a incidência do vírus. Evitando grandes paternalismos, mas querendo sensibilizar, optámos por procurar juntos/as encontrar soluções para que continuassem a fazer o que mais gostavam (conviver), mas impedindo a propagação do vírus. Surgiram daí partilhas de histórias sobre os seus hobbies e interesses, bem como formas de adaptar as nossas vidas a circunstâncias inesperadas (e desconfortáveis), mas empenhando-nos a lidar da melhor maneira!

Tenho a convicção de que a minha área de voluntariado predilecta é com (e para) pessoas. O que mais gostei nesta campanha foi a possibilidade de comunicar e trocar pontos de vista sobre a situação atual e como nos protegermos. Vejo o “Agora Nós” como um programa estruturado em ações elucidativas e interessantes, em que pude conciliar a sensibilização com o meu gosto pela comunicação. Acima de tudo, senti que o serviço que a nossa equipa se disponibilizou a desempenhar foi benéfico para as comunidades, e que conseguimos cumprir os nossos objetivos.

O IPDJ presenteia-nos enquanto juventude com oportunidades incríveis, e o voluntariado de curta duração é um deles. Se tens disponibilidade e motivação para a arte da cooperação com os/as outros/as, desafio-te a visitares o site e descobrires as inúmeras possibilidades que tens à tua disposição para ajudar!

Rebeca Paiva