Conversa sobre a Geração Z

Acho que é importante começar a história pelo início, o “era uma vez”, e neste caso: era uma vez um dia de primavera, em que um jovem com vontade de ajudar - eu - decidiu sair de casa e ir até Setúbal, onde encontrou os outros heróis desta história, os seus colegas da ACNI - Associação Cultural Novas Ideias, e o chefe, que lhes disse que os jovens também podem trabalham! E mais importante, que confiava neles para fazer todo o trabalho, incluindo a planificação do projeto, a escrita da candidatura, um primeiro teste do mesmo, a replicação, implementar feedback e a disseminação, para que não sejamos os únicos a trabalhar! Mas que projeto é este? Como tudo o resto coube aos heróis desta história decidir, e acreditem, foi um desafio, pois os temas que queriam abordar eram inúmeros.

Acabando por escolher o tema de Cyber-bullying, por dois grandes motivos: tema atual e bastante propagado, uma vez que a maioria dos jovens assistem regularmente a casos de cyberbullying. No entanto, o segundo motivo foi para eles mais impactante, sendo este a falta de ações de sensibilização sobre o tema.

Há (poucas) ações que já são dinamizadas por professores, muitos dos quais sentem precisar de maior formação no tema e por polícias. Falta um elemento muito importante para conseguir alertar os jovens para este tema: ser jovem. Por muito que um adulto possa perceber sobre assunto, serem os jovens a dialogar entre si tem vantagens enormes, pois é muito mais fácil para o público-alvo identificar-se.

Assim sendo os heróis continuaram a jornada, imaginaram o projeto, em reuniões quer online quer físicas, acabando por decidir por fazer um pequeno vídeo, do género gacha (uma forma de animação), com uma personagem a sofrer de cyberbullying , para assim alertar para o tema, vídeo esse que facilmente pode ser mostrado nas escolas e ser um inicio de um debate.

Estes heróis são fantásticos! Mas as vezes precisaram de uma ajudinha, especialmente na aventura que foi escrever a candidatura do projeto, e essa ajuda foi dada pelas técnicas do balcão de Setúbal do IPDJ, umas senhoras muito simpáticas que lhes ofereceram uma sabedoria e um apoio incrível, revendo inúmeras propostas e dando sempre dicas indispensáveis.

E depois? O que aconteceu aos nossos heróis e a sua missão? Fácil, estão ansiosamente à espera do recomeço das aulas para implementar o projeto e continuar a sua aventura. Esta história pode não ter um final, mas podemos aprender muito com os nossos heróis, nomeadamente que os jovens são capazes de tomar posições de liderança, de criar iniciativas incríveis, mas também de que a entreajuda entre todos, especialmente entre grupos etários e sociais diferentes é fundamental para um final feliz. 

Eu gosto desta história sem vilões, e podia ter havido um, a falta de confiança em nós, por sermos “pequenos heróis”, mas não houve, antes pelo contraio, recebemos todo o apoio necessário, e isso é importantíssimo, pois se há uma lição que podemos tirar desta aventura é que os heróis somos todos nós: jovens, técnicos de juventude, lideres de NGOs, professores, estudantes, entre outros, e quando os heróis se unem coisas maravilhosas acontecem!

João Brás