O ano era 2018, aproximava-se o fim da minha licenciatura e não sentia que tivesse desenvolvido competências suficientes para entrar no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo não estava preparada para dar o grande passo de iniciar um mestrado, como muitos dos meus colegas — depois de três intensos anos precisava sem dúvida de uma pausa dos estudos.
Já um pouco desesperada, foi quando descobri a oportunidade de fazer um Estágio Erasmus+ para Recém-Graduados, uma vertente do programa que não é tão conhecida como o Erasmus Estudos. Depois de ter passado um semestre na República Checa, sabia que nesta nova aventura queria ficar bem mais perto de casa, em algum sítio com uma cultura e clima mais parecidos com os meus. Assim, comecei a contactar com várias entidades em Sevilha, uma cidade que conhecia e à qual tinha muito carinho.
Consegui que me aceitassem como estagiária na Biblioteca de Humanidades da Universidade de Sevilha e o passo seguinte foi candidatar-me à bolsa Erasmus da minha universidade. E assim, em outubro do mesmo ano, já licenciada, começaram os 7 meses que mudariam completamente a minha vida.
Sete meses que se transformaram já em dois anos e uma paixão por esta cidade que nunca se esgotará. O meu Estágio Erasmus+ foi uma experiência inestimável para o meu currículo e crescimento pessoal, mas mais do que isso, encontrei em Sevilha a minha casa. Fiz bons amigos, aprendi uma nova língua, encontrei trabalho e em breve vou tomar o grande passo que antes tanto me assustava de começar um mestrado, tudo nesta cidade.
Não poderia estar mais grata pela experiência que tive e incentivo todos os jovens que, como eu, se sintam perdidos na altura de terminar a licenciatura a ponderarem a hipótese de fazer um Estágio Erasmus no estrangeiro — quem sabe não poderá ser também para vocês exatamente o que precisam para se encontrarem.
Inês Carvalho