Em 2015 iniciei a minha Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, no entanto durante o segundo ano do curso deixei de estar tão motivada como no início e sabia que precisava de um incentivo — talvez uma pausa, um gap year, um semestre em Erasmus, não sabia bem.
Durante o primeiro semestre do meu segundo ano, uma aluna da Universidade Nova FCSH estava a fazer um semestre na minha Universidade através do Programa Almeida Garrett. Antes desse momento, nunca tinha ouvido falar sobre o programa, mas fui procurar informações e, após alguma pesquisa soube que, apesar de nunca ninguém do meu curso ter participado, existia essa possibilidade! Contactei o departamento de mobilidade e candidatei-me para ir um semestre também na Nova FCSH, pois queria ficar em Lisboa.
O processo de candidatura foi muito fácil e a facilidade de ficar na mesma cidade permitiu que não me tivesse que preocupar durante a minha época de exames com questões logísticas resultantes de uma mudança de cidade ou país, entre as quais, encontrar casa, comprar voos e fazer malas. A única mudança na minha rotina era lembrar-me de sair duas estações de metro depois da minha paragem habitual. Mais simples é impossível, certo?
Todos os alunos de mobilidade, seja nacional ou internacional, têm os mesmos benefícios de participar nas sessões de acolhimento e escolher disciplinas cujas vagas já estavam esgotada. A possibilidade de fazer algumas disciplinas, às quais não tinha acesso na minha Universidade e, que faziam mais sentido para mim foi um ponto muito positivo, pois sempre senti que a existência de muitas disciplinas obrigatórias é algo que nos tira liberdade de definir e alcançar os nossos objetivos pessoais, académicos profissionais.
Durante esta experiência não fui ativamente às aulas e, talvez, não tenha aproveitado a oportunidade da melhor forma, mas foi o que fez mais sentido para mim na altura, pois regressei à minha Universidade de origem com vontade de realmente terminar o curso. Apesar do meu terceiro ano ter sido o mais exigente, tanto pelas disciplinas que tinha em atraso como pela carga de trabalho, foi garantidamente o melhor ano do curso, durante o qual estudei os tópicos mais interessantes e relevantes para mim.
Será que tinha sentido o mesmo se não tivesse feito um semestre em Almeida Garrett e utilizado este período como uma pausa? Não sei, mas sei que experienciar uma nova realidade foi essencial no meu desenvolvimento e que me permitiu definir novos objetivos. Uma vez que integrara este programa não influencia a possibilidade de participar no programa Erasmus+, após terminar o curso ainda fiz 12 meses em estágios Erasmus em Malta e na Grécia.
Margarida Freitas