Um mês de voluntariado na Islândia

Há exatamente um ano estava a chegar ao fim da minha licenciatura. O que pode ser visto como um período entusiasmante e cheio de perspetiva para mim foi um período caótico e cheio de dúvidas. Tinha entrado em um Mestrado que já não me fazia sentido e ao mesmo tempo não me encontrava preparada para iniciar mais um ciclo de estudos. A verdade é que tão pouco planeei fazer um Corpo Europeu De Solidariedade, mas caiu-me quase ao colo e acabou por ser mesmo o que precisava na altura. 

Em Outubro de 2021 em vez de começar o meu mestrado encontrei-me então a caminho do aeroporto pronta para apanhar um avião e dar início ao meu CES de curta duração na Islândia. Encontrei esta oportunidade através da Youth Cluster uma vez que a organização com que fui - Associação Juvenil de Peniche - estava à procura de participantes com urgências. Tive uma reunião em que rapidamente me aceitaram e sem muito tempo para pensar tive que fazer as malas e partir. 

O meu projeto tinha como principais tópicas causas ambientais e fotografia que são as minhas duas paixões e para ser sincera… na Islândia que é um país de sonho. Melhor não poderia ser! A associação que me acolheu fazia campos de voluntariado internacional então além de outros voluntários de curta e longa duração que foram através do programa CES tive a oportunidade de conhecer imensas pessoas de todo o mundo.  O que me fez perceber também o privilégio que temos ao ter cidadania Europeia e poder fazer esse tipo de projetos de forma 100% gratuita. 

Este projeto permitiu-me ter experiências incríveis no âmbito pessoal sendo que tive a oportunidade de comer refeições cozinhadas por pessoas de vários países e também de cozinhar para várias pessoas de nacionalidades diferentes. Também tive oportunidade de trabalhar em diferentes áreas como na loja de segunda mão da Cruz Vermelha, limpeza de praia, limpeza de rua e aumentar o meu conhecimento sobre compostagem uma vez que era algo que fazia com frequência. O tempo na Islândia também foi muito enriquecedor a nível pessoal pois tive a oportunidade de parar e perceber o que gosto de fazer e aquilo que realmente me move. sempre estive interessada na área de sustentabilidade e de redução de consumo de recursos, mas sem dúvida que o meu CES me trouxe muito conhecimento e acabou por trazer novos hábitos.

Sem dúvida alguma que aconselho a todos fazer um Corpo Europeu de Solidariedade nem que seja o de curta duração. Há projetos em todas as áreas de interesse de curta ou longa duração. Mesmo que não queriam parar um ano podem fazê-lo durante as férias. O contacto com outras culturas e viver fora abrange o nosso leque e faz com que vejamos o mundo a nossa volta de forma diferente para não falar da oportunidade de experimentar coisas novas e aperfeiçoar o nosso conhecimento em uma ou mais línguas. Temos então à nossa disposição, de forma gratuita, uma experiência que vale milhões.

Mariana Souza