Que começem os jogos climáticos

A temática das alterações climáticas e da sustentabilidade são temas que me interessam e preocupam, no entanto, nem sempre é fácil para mim introduzir o tema em conversas e torná-lo interessante ou cativante, nem encontrar pessoas que tenham as mesmas preocupações quanto ao futuro do nosso Planeta. Por isso, quando descobri que havia um projeto internacional com o objetivo de criar um jogo sobre justiça climática, não tinha como não me inscrever! 

O projeto teve três fases: começou com uma primeira fase online e mais teórica (obrigada covid..!) onde se discutiu o tema da (in)justiça climática. A segunda fase foi em Lathi na Finlândia, que foi a European Green Capital em 2021, e onde desenvolvemos, do zero, três jogos sobre o tema. E, por fim, a última fase foi em Hannover na Alemanha, onde desenvolvemos workshops que permitem o uso dos jogos em contexto escolar ou de aprendizagem sobre o tema da justiça climática.

Participar nestes projetos mostrou-me o quão importante e útil é utilizar a gamification quando se trata de aprendizagem, principalmente quando os temas não são fáceis ou leves de se aprender. Além disso, tive a oportunidade única de criar um jogo (que está em fase de produção) que ensina sobre um tema que me é tão importante! O jogo que a minha equipa criou chama-se “Stop Bambit!” e é sobre um monstro, o Bambit, que quer tornar o mundo num lugar injusto e nada sustentável. O objetivo, respondendo a perguntas sobre justiça climática e colocando peças num tabuleiro, é fazer com que o Bambit não ganhe, e com que o mundo seja um lugar verde, justo e bom para se viver. Foi incrível trabalhar com pessoas de todo o mundo e ver que, em tão pouco tempo (praticamente 3 dias!), conseguimos criar do zero um jogo divertido e educativo – desde a ideia, ao design, às perguntas! A fase de criação dos workshops, onde mostramos como a gamificação pode ser uma forte ferramenta de ensino, também me ajudou a perceber o quanto gosto de falar e ensinar sobre a temática da sustentabilidade.

Não é fácil escolher qual a minha parte preferida de participar em projetos internacionais, mas posso dizer que algumas são: conhecer lugares e pessoas de todo o mundo e perceber que estou errada quanto a determinadas nacionalidades, tornar-me uma pessoas mais tolerante e com novas amizades de todo o lado, ganhar novas ferramentas e skills e melhorar as que já tenho, e melhorar a minha comunicação (e conhecer as diferentes gastronomias, claro!).

Bárbara Marques

A minha experiência com YE e TC

Teresa Valente YE/TC

A primeira vez que ouvi falar sobre Youth Exchanges e Training Courses foi através de uma amiga. Em 2016, entusiasmada por ouvir as histórias dela, decidi alinhar e ir com ela num Youth Exchange na Eslovénia. Foi uma experiência incrível e, a partir daí, já fiz vários projetos desde Portugal à Arménia.

As atividades em participei duraram entre 7 e 10 dias e eram baseadas em temas variados e importantes para a sociedade, especialmente para nós, jovens. Por exemplo, na Polónia fiz um Training Course sobre teatro como forma de inclusão social e na Geórgia participei num Youth Exchange sobre tolerância e diferenças culturais.

Um fator muito benéfico é o facto do alojamento, voos e alimentação estarem incluídos e, muitas vezes os organizadores deixam os participantes ir um dia ou dois antes do projeto começar para que possamos visitar um pouco do país.

Se fosse a enumerar todos aspetos positivos destes projetos, nunca mais saía daqui, mas sem dúvida a melhor parte são todas as pessoas que ficamos a conhecer de países diferentes e, com quem criamos laços de amizade enormes em tão pouco tempo. Eu ainda mantenho contacto com algumas delas e já as visitei nos seus países de origem!

A participação nestes projetos internacionais permite quebrar estereótipos que temos relativamente a outras nacionalidades e aprendemos a conviver com pessoas de todo o lado, completamente diferentes de nós. Claro que isto também pode ser considerado um desafio, temos de ter alguma paciência e tolerância para convivermos vários dias com pessoas que muitas vezes não compreendemos ou não partilhamos as mesmas ideias.  Mas isto só nos torna pessoas mais tolerantes e abre os nossos horizontes. Outro grande desafio é a comida que, normalmente, é muito diferente do que estamos habituados. Na Eslováquia comi massa com açúcar e chocolate em pó várias vezes, pois era o prato local!

Todos os Youth Exchanges e Training Courses em que participei deram-me ferramentas para uso no meu trabalho e na vida e colocaram desafios para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Por exemplo, devido à minha participação numa formação internacional na Arménia convidaram-me para falar numa conferência relacionada com a área que tinha estudado na universidade. Este foi um grande desafio, no entanto ganhei experiência profissional, o que me ajudou quando procurava emprego. Acima de tudo, devido à minha participação em várias atividades internacionais, passei a ser mais tolerante, conheci novas culturas e gastronomias, especialmente porque existem sempre noites culturais em que os participantes apresentam o seu país e levam comida para que todos possamos experimentar!

Estes projetos são sem dúvida um experiência incrível e mal posso esperar para ir a mais, abrir horizontes e conhecer pessoas incríveis.

Teresa Valente